
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ocupar os holofotes internacionais ao confirmar uma ligação recente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na qual discutiram temas delicados como o conflito na Ucrânia e as crescentes tensões no Oriente Médio. A revelação causou repercussão global e reacendeu debates sobre o papel de Trump na política externa americana, especialmente em meio à corrida presidencial de 2024, na qual ele é novamente o principal nome do Partido Republicano.
A ligação, de acordo com fontes próximas à equipe de Trump, aconteceu de forma informal, mas teve um tom estratégico. Putin teria falado sobre as dificuldades econômicas enfrentadas pela Rússia com as sanções ocidentais e os impactos do prolongado conflito com a Ucrânia, enquanto Trump, segundo relatos, reforçou seu desejo de “resolver a guerra rapidamente” caso volte à presidência.
O que Trump e Putin discutiram?
A conversa abordou principalmente dois pontos centrais:
1. Guerra na Ucrânia
Donald Trump já havia declarado publicamente que, se eleito, “acabaria com a guerra entre Rússia e Ucrânia em 24 horas”. Durante a ligação com Putin, ele teria questionado o presidente russo sobre suas condições para um eventual cessar-fogo ou acordo de paz.
Fontes ligadas ao Kremlin afirmaram que Putin mostrou abertura para “negociações realistas”, desde que a Ucrânia não avance em seus territórios anexados. Trump, por sua vez, teria sugerido uma possível mediação dos EUA, caso reassuma o poder em 2025.
Especialistas avaliam que, embora informal, a conversa demonstra o interesse de Trump em manter canais abertos com líderes autoritários, o que já foi motivo de críticas durante seu primeiro mandato.
2. Crise no Oriente Médio
Outro ponto discutido foi a escalada das tensões entre Israel e grupos aliados do Irã, além do impacto da guerra em Gaza nas alianças regionais. Putin teria expressado preocupação com o apoio militar dos EUA a Israel, enquanto Trump teria defendido a importância de manter a “ordem e a força” no Oriente Médio.
Segundo relatos, o ex-presidente americano mencionou que uma política mais dura contra o Irã poderia “dissuadir ameaças” e estabilizar a região. A conversa reforça a imagem de Trump como um político voltado para a realpolitik, focado em interesses estratégicos e influência global.
Repercussão internacional
A revelação da conversa provocou diferentes reações ao redor do mundo. Líderes europeus demonstraram preocupação com a aproximação entre Trump e Putin, especialmente num momento em que o apoio à Ucrânia se mostra vital para conter o avanço russo. Na União Europeia, parlamentares já alertam que um eventual retorno de Trump à Casa Branca pode enfraquecer a coalizão ocidental em defesa de Kiev.
Nos Estados Unidos, democratas criticaram duramente a ligação, classificando-a como “inapropriada” e possivelmente danosa aos interesses americanos. Já os apoiadores de Trump viram na ação um sinal de sua capacidade de articulação internacional e reforço à imagem de “negociador firme” que ele costuma defender.
Especialistas analisam: estratégia política ou preocupação global?
Analistas políticos apontam que Trump pode estar utilizando essas movimentações como forma de projetar sua influência antes mesmo das eleições, mostrando-se como um líder global atuante e pronto para reassumir o cargo.
“Trump está fazendo diplomacia paralela. Isso é arriscado, mas também é típico do seu estilo. Ele gosta de mostrar que age à margem das formalidades, com foco em resultados”, diz Robert L. Manning, especialista em política internacional do Atlantic Council.
No entanto, há um consenso de que tais atitudes podem gerar conflitos com a atual administração de Joe Biden, especialmente se Trump continuar se envolvendo com líderes estrangeiros em discussões delicadas sem aval institucional.