
Ataques de ransomware disparam no Brasil e elevam custos de resgate digital: empresas e órgãos públicos enfrentam prejuízos milionários e danos à reputação
O número de ataques cibernéticos vem crescendo em ritmo alarmante no Brasil, especialmente os do tipo ransomware, nos quais hackers sequestram dados de empresas ou instituições públicas e exigem quantias milionárias para devolvê-los. Segundo levantamento recente de empresas especializadas em cibersegurança, o valor médio pago por resgate de dados sequestrados já ultrapassa os R$ 2 milhões em território nacional — e esse número não para de crescer.
A situação preocupa tanto o setor privado quanto o público, pois, além das perdas financeiras, o impacto na operação, na confiança dos clientes e na imagem institucional pode ser devastador. Com a sofisticação das ameaças digitais, cresce também a urgência em adotar medidas eficazes de proteção cibernética.
O que é um ataque de ransomware?
Ransomware é um tipo de malware (software malicioso) que, uma vez instalado no sistema de uma empresa, criptografa todos os dados do servidor ou dos dispositivos infectados. Os criminosos então exigem um resgate em dinheiro — geralmente em criptomoedas como o Bitcoin — para liberar o acesso aos arquivos.
Esse tipo de ataque pode paralisar completamente uma organização, já que impede o uso de sistemas internos, bancos de dados, redes corporativas e até mesmo serviços essenciais, como atendimento ao cliente e faturamento.
R$ 2 milhões é o novo padrão de “resgate”
De acordo com relatórios das empresas Kaspersky, IBM Security e Fortinet, o valor médio exigido por grupos hackers para desbloquear os dados roubados em ataques de ransomware no Brasil está em torno de R$ 2 milhões. Em casos mais graves, o valor chega a ultrapassar os R$ 10 milhões, dependendo do porte da empresa e da importância das informações comprometidas.
Os setores mais afetados incluem:
Saúde, com sequestro de prontuários médicos e dados sigilosos de pacientes;
Educação, com interrupções de aulas online e bloqueios de plataformas;
Indústria, com paralisação de linhas de produção;
Setor público, com vazamento de informações sensíveis e exposição de dados de cidadãos.
Em muitos casos, mesmo após o pagamento, os dados não são completamente recuperados ou acabam vazando na dark web, o que agrava ainda mais o prejuízo.
Por que o Brasil é um dos alvos preferidos?
O Brasil tem sido apontado por especialistas como um dos países mais visados por hackers por uma série de fatores:
- Baixo investimento em segurança digital em empresas de médio e pequeno porte;
- Falta de políticas de backup e recuperação de desastres;
- Cultura de reação em vez de prevenção;
- Legislação ainda em desenvolvimento e dificuldade de rastrear criminosos digitais.
Além disso, o grande volume de dados movimentados por setores como bancos, varejo online e logística atrai a atenção de cibercriminosos, que buscam alto retorno financeiro.
Como prevenir ataques e evitar prejuízos?
Com os ataques se tornando mais sofisticados, empresas precisam ir além do básico para se proteger. Algumas das melhores práticas de segurança digital incluem:
- Backup frequente dos dados, com cópias em servidores externos e offline;
- Atualização constante de sistemas operacionais, softwares e antivírus;
- Treinamento de funcionários para identificar golpes de phishing e engenharia social;
- Autenticação em dois fatores (2FA) em todos os sistemas críticos;
- Monitoramento contínuo da rede por equipes especializadas ou serviços terceirizados.
Adicionalmente, contar com uma política clara de resposta a incidentes pode fazer a diferença entre um ataque controlado e um desastre completo.
O papel da LGPD na cibersegurança
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, impõe obrigações claras para empresas que armazenam e processam dados pessoais. Em casos de violação de dados, as organizações podem ser multadas em até 2% do faturamento anual, além de sofrerem sanções administrativas e judiciais.
Por isso, a conformidade com a LGPD não é apenas uma questão legal, mas também estratégica para evitar prejuízos futuros em caso de ataques.
Conclusão: prevenção é mais barata que o resgate
Com valores médios de resgate ultrapassando os R$ 2 milhões, não investir em segurança digital se tornou um risco inaceitável para empresas de qualquer porte. Além do prejuízo financeiro, o impacto na reputação e na confiança dos clientes pode ser devastador e irreversível.
Prevenir ataques de ransomware por meio de investimento em tecnologia, treinamento e planejamento é hoje a melhor estratégia para evitar se tornar a próxima vítima. Em tempos digitais, segurança da informação é questão de sobrevivência empresarial.