
O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer, em todo o território nacional, um novo método de contracepção de longa duração: o implante contraceptivo subdérmico, que garante proteção contra a gravidez por até três anos. A inclusão do dispositivo no sistema público marca um avanço importante nas políticas de saúde reprodutiva no Brasil, ampliando o acesso a métodos mais eficazes e de uso prolongado, principalmente para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Neste artigo, explicamos em detalhes como o implante funciona, quem pode utilizá-lo, seus benefícios, possíveis efeitos colaterais e como é o procedimento para inserção pelo SUS.
O que é o implante contraceptivo?
O implante contraceptivo é um pequeno bastonete flexível, com cerca de 4 cm de comprimento, que é inserido sob a pele do braço da mulher, geralmente na parte interna do braço não dominante. Ele libera lentamente uma substância chamada etonogestrel, um hormônio derivado da progesterona, que impede a ovulação e altera o muco cervical, dificultando a entrada de espermatozoides no útero.
A eficácia do método é altíssima: superior a 99%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como funciona o método?
Após a aplicação do implante, o hormônio é liberado de forma contínua na corrente sanguínea, proporcionando contracepção eficaz por até três anos. Durante esse período, a mulher não precisa se preocupar com o uso diário de pílulas ou outros métodos.
O dispositivo pode ser retirado a qualquer momento, caso a mulher deseje engravidar ou troque de método contraceptivo. Após a retirada, a fertilidade costuma retornar rapidamente, geralmente em poucas semanas.
Quem pode receber o implante pelo SUS?
De acordo com o Ministério da Saúde, o implante contraceptivo será oferecido pelo SUS, inicialmente, para alguns grupos prioritários, incluindo:
- Adolescentes entre 15 e 19 anos, especialmente aquelas em situação de risco social ou que já tiveram gestações precoces;
- Mulheres em situação de rua;
- Usuárias de substâncias psicoativas;
- Mulheres com doenças crônicas, como HIV, diabetes e hipertensão, que tenham contraindicação ao uso de estrogênio;
- Pessoas com dificuldade de adesão a métodos contraceptivos tradicionais.
A expectativa do governo é expandir a oferta gradualmente, incluindo mulheres em outras faixas etárias que desejem um método de longa duração e reversível.
Benefícios do implante contraceptivo
Entre as principais vantagens do implante subdérmico estão:
- Alta eficácia contraceptiva (maior que anticoncepcionais orais e preservativos);
- Longa duração (até três anos);
- Baixo índice de falhas, já que não depende do uso correto diário;
- Reversibilidade total e rápida após a remoção;
- Pode ser usado durante a amamentação;
- Redução de sintomas como cólicas e fluxo menstrual em algumas mulheres.
Além disso, o método ajuda na autonomia reprodutiva das mulheres, especialmente daquelas em contextos vulneráveis, contribuindo para a redução de gestações indesejadas e o empoderamento feminino.
Efeitos colaterais e contraindicações
Assim como qualquer método hormonal, o implante pode causar efeitos colaterais em algumas mulheres, como:
- Alterações no ciclo menstrual (sangramentos irregulares, ausência de menstruação ou sangramento prolongado);
- Dores de cabeça;
- Sensibilidade mamária;
- Acne;
- Alterações de humor.
É importante que a mulher seja orientada por um profissional de saúde antes da inserção, para avaliação de seu histórico médico e indicação correta do método.
Como fazer para receber o implante pelo SUS?
O primeiro passo é procurar uma unidade básica de saúde (UBS) ou um centro de saúde da mulher. Lá, será realizada uma avaliação médica, seguida de encaminhamento para a inserção do implante, que deve ser feita por profissional capacitado.
O procedimento é simples, rápido (dura cerca de 10 minutos) e realizado com anestesia local. A mulher pode voltar às suas atividades normais logo após a aplicação.
Considerações finais
A chegada do implante contraceptivo gratuito ao SUS representa um marco na saúde pública brasileira. Além de ampliar o leque de opções contraceptivas disponíveis à população, o método fortalece o direito à saúde reprodutiva e o planejamento familiar, especialmente entre mulheres jovens e vulneráveis.
Com eficácia superior a 99% e proteção de até 3 anos, o implante se destaca como uma alternativa moderna, segura e prática para quem busca evitar uma gravidez não planejada.