
Em uma votação histórica realizada nesta semana, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o megaprojeto orçamentário proposto pelo ex-presidente Donald Trump, atualmente principal nome do Partido Republicano para as eleições de 2028. A proposta, considerada a maior reformulação orçamentária em mais de uma década, prevê cortes drásticos de impostos, aumento nos investimentos militares e redução expressiva nos programas sociais.
Aprovado por maioria simples, o plano orçamentário foi descrito por aliados como parte da “visão de reconstrução econômica americana” defendida por Trump, que promete um retorno ao crescimento sustentado com base em incentivos ao setor privado e contenção dos gastos públicos considerados “excessivos”. No entanto, críticos alertam para o risco de desigualdade social e cortes em áreas sensíveis como saúde, educação e assistência a famílias de baixa renda.
Neste artigo, você entenderá os principais pontos do projeto, suas implicações para a economia dos Estados Unidos e o impacto político para Trump e seus opositores.
O que prevê o megaprojeto orçamentário de Trump?
O plano aprovado na Câmara tem foco em três eixos centrais:
- Redução de impostos corporativos e individuais
- Aumento do orçamento da defesa e da segurança interna
- Reestruturação (e corte) de programas sociais e ambientais
Segundo o texto, o orçamento total ultrapassa US$ 6 trilhões, com corte de quase US$ 1 trilhão em programas sociais ao longo de dez anos, e redução da carga tributária para empresas de 21% para 15%. A proposta também amplia os investimentos em infraestrutura de fronteira, inteligência militar, inovação tecnológica e segurança cibernética.
Principais mudanças aprovadas
1. Corte de impostos para empresas e cidadãos de alta renda
O projeto retoma pontos da chamada “reforma fiscal de 2017”, ampliando os benefícios para grandes corporações e para norte-americanos com renda superior a US$ 250 mil por ano. A ideia, segundo os republicanos, é estimular o crescimento econômico e a geração de empregos.
2. Ampliação dos investimentos militares
O orçamento da Defesa receberá um dos maiores aumentos da história recente, com foco em modernização de armamentos, aumento salarial para tropas e investimentos em inteligência artificial aplicada à guerra.
3. Redução de programas sociais
Programas como o Medicaid (saúde para baixa renda), vale-alimentação (SNAP) e subsídios habitacionais sofrerão cortes ou reestruturações. Também haverá limitação de acesso para imigrantes e trabalhadores informais.
4. Prioridade à segurança de fronteira
Uma fatia de mais de US$ 30 bilhões será direcionada à construção de muros e cercas, tecnologia de vigilância e contratação de agentes da Patrulha de Fronteira.
Quem apoia e quem critica o projeto?
A proposta foi fortemente apoiada pelos republicanos, especialmente pela ala mais conservadora e nacionalista. Para os defensores, o megaprojeto representa “um resgate da responsabilidade fiscal” e “uma recuperação da soberania econômica americana”.
Já os democratas e grupos progressistas classificaram a medida como “regressiva” e “cruel”. Segundo eles, os cortes sociais atingirão diretamente os mais pobres, enquanto os benefícios fiscais favorecerão os mais ricos, aprofundando a desigualdade.
Economistas alertam ainda que o plano pode agravar o déficit fiscal a médio prazo, já que a arrecadação cairá com a redução de impostos, enquanto os gastos com defesa aumentam.
Repercussão internacional
O projeto orçamentário também gerou reações no cenário global. Parceiros comerciais dos EUA, como União Europeia e China, acompanham com atenção a possibilidade de novas políticas protecionistas, especialmente em setores estratégicos como energia, tecnologia e defesa.
Além disso, a ampliação do orçamento militar e a ênfase na segurança cibernética indicam que os EUA podem estar se preparando para um reposicionamento geopolítico mais agressivo, algo que pode impactar relações diplomáticas e acordos internacionais.
Próximos passos
Apesar da aprovação na Câmara, o projeto ainda precisa passar pelo Senado, onde a composição é mais equilibrada e a votação promete ser acirrada. Caso aprovado, o plano segue para sanção presidencial — o que poderá acontecer ainda em 2025.
Especialistas afirmam que o resultado dessa votação será decisivo para o futuro político de Donald Trump e pode influenciar diretamente as eleições presidenciais de 2028, onde o ex-presidente busca consolidar seu retorno à Casa Branca.