
A Paramount Global, um dos maiores conglomerados de mídia dos Estados Unidos, surpreendeu o mercado ao fechar um acordo milionário com o ex-presidente Donald Trump para a realização de uma entrevista exclusiva. Segundo fontes ligadas à negociação, o valor do contrato gira em torno de US$ 16 milhões — cerca de R$ 87 milhões na cotação atual. A entrevista será exibida em uma das principais plataformas da empresa e já é considerada um dos maiores eventos de mídia de 2025.
O acordo entre Trump e a Paramount vem em um momento de forte interesse público na figura do ex-presidente, que voltou ao centro do debate político com sua candidatura à presidência dos EUA em 2024, além de enfrentar processos judiciais em diversas frentes. A negociação inédita levanta questões sobre ética jornalística, liberdade editorial e os limites do entretenimento político na era da desinformação.
O que está previsto no acordo
Segundo fontes próximas ao grupo, o acordo prevê uma entrevista longa, com mais de 90 minutos de duração, dividida em duas partes. A gravação ocorrerá em um resort de propriedade de Trump na Flórida e contará com uma produção cinematográfica, incluindo equipe própria de edição e direção.
O contrato também inclui cláusulas de exclusividade, impedindo que Trump conceda entrevistas semelhantes para concorrentes como CNN, Fox News ou NBC no prazo de 60 dias após a exibição. A expectativa da Paramount é gerar grande audiência e atrair patrocinadores interessados na repercussão política e midiática do conteúdo.
Onde será exibida a entrevista
A entrevista será exibida na plataforma de streaming Paramount+, com reprise prevista no canal CBS — ambos pertencentes ao grupo. A estratégia é clara: unir o alcance da TV tradicional com o público digital, especialmente em um ano decisivo para os Estados Unidos, que vive o aquecimento da disputa presidencial.
Analistas avaliam que o especial poderá se tornar um dos maiores sucessos de audiência da plataforma, superando outras produções documentais sobre figuras políticas e celebridades controversas.
Críticas e polêmicas
Apesar da expectativa, o acordo também gerou críticas. Organizações jornalísticas e defensores da liberdade de imprensa questionam a decisão da Paramount de pagar uma quantia tão alta a um político ativo, especialmente alguém envolvido em múltiplas investigações criminais.
Grupos como o Committee to Protect Journalists (CPJ) e Media Matters afirmam que o contrato pode comprometer a imparcialidade editorial da emissora, transformando jornalismo em entretenimento pago.
“Estamos assistindo a uma fusão perigosa entre mídia corporativa e campanhas políticas. Isso pode afetar a credibilidade do jornalismo tradicional,” declarou uma analista de mídia do CPJ.
O posicionamento da Paramount
A Paramount, por sua vez, defende que o objetivo é oferecer uma cobertura ampla, sem viés, e que a entrevista será conduzida por jornalistas respeitados. Em nota oficial, o grupo afirmou:
“Acreditamos que figuras públicas devem ser ouvidas, especialmente em um momento em que a democracia exige acesso direto às ideias de seus representantes. O conteúdo será tratado com rigor editorial, seguindo nossos padrões de ética.”
Trump e o controle da narrativa
Donald Trump tem um histórico de atrito com a imprensa tradicional e costuma preferir veículos alinhados às suas ideias. O novo acordo com a Paramount, no entanto, pode representar uma mudança estratégica: alcançar públicos além da sua base fiel, sobretudo o eleitorado moderado e indeciso.
O ex-presidente teria imposto condições à entrevista, como o direito de revisar trechos antes da publicação final, algo que ainda causa desconforto entre parte da equipe jornalística da emissora. Fontes revelam que há um embate interno entre executivos comerciais e profissionais da redação sobre os limites desse tipo de cobertura.