
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou todos os compromissos públicos previstos para o mês de julho de 2025 por orientação médica, segundo nota divulgada por sua assessoria e confirmada por fontes próximas ao ex-mandatário. A decisão ocorre em meio a relatos de recorrentes episódios de desconforto abdominal, reflexo de complicações de saúde que o acompanham desde a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018.
A suspensão da agenda política inclui palestras, viagens partidárias e encontros com aliados previstos em diferentes estados. A decisão foi tomada após exames recentes apontarem a necessidade de um período de repouso absoluto, o que reacendeu a atenção em torno do estado clínico de Bolsonaro, que mesmo fora da Presidência continua a ser uma figura central no cenário político brasileiro.
Complicações após a facada ainda impactam a saúde de Bolsonaro
Desde o atentado em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018, Jair Bolsonaro passou por mais de cinco cirurgias, incluindo intervenções no abdômen e no intestino. Embora já tenha retomado parte da rotina, médicos afirmam que as sequelas internas persistem.
Segundo apuração da imprensa, o ex-presidente teria sentido dores fortes após uma agenda intensa de compromissos políticos no fim de junho. Exames realizados no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, teriam identificado sinais de obstrução intestinal leve e inflamação no trato digestivo.
“O quadro clínico exige repouso, dieta controlada e acompanhamento contínuo”, explicou um dos médicos da equipe que atende Bolsonaro. A nota oficial também menciona risco de agravamento caso ele mantivesse a agenda intensa de deslocamentos e eventos públicos.
Aliados demonstram preocupação, mas reforçam que retorno é esperado em agosto
Aliados próximos, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestaram apoio ao descanso de Bolsonaro e ressaltaram que o ex-presidente deve retomar gradualmente os compromissos políticos em agosto, a depender da evolução clínica.
“Ele é um guerreiro, mas precisa cuidar da saúde. A prioridade agora é garantir sua recuperação total”, disse Costa Neto em coletiva.
Nos bastidores, a pausa também foi interpretada como estratégica, uma vez que Bolsonaro tem enfrentado investigações judiciais e pressão dentro do próprio partido por mais definição sobre seu papel nas eleições municipais de 2024 e nos rumos do bolsonarismo até 2026.
Repercussão entre apoiadores e adversários
A notícia do afastamento temporário gerou reações diversas nas redes sociais. Enquanto apoiadores desejaram pronta recuperação e destacaram a resistência do ex-presidente, críticos ironizaram o momento, lembrando recentes episódios de aparições públicas intensas e confrontos políticos.
Apesar disso, médicos reforçaram que a situação de Bolsonaro “não é grave, mas é sensível” e requer atenção constante. O uso de medicamentos, restrições alimentares e a necessidade de evitar estresse são partes centrais da conduta terapêutica nesse período.
Impacto político e próximos passos
A ausência de Bolsonaro na linha de frente política durante julho deve impactar diretamente o PL, que contava com sua presença em eventos partidários em estados como Paraná, Santa Catarina, Goiás e Rio de Janeiro. Reuniões estratégicas foram remarcadas ou transferidas para lideranças do partido, como Michelle Bolsonaro e parlamentares ligados ao ex-presidente.
Além disso, a situação de saúde de Bolsonaro pode influenciar diretamente seu envolvimento nas articulações para as eleições de 2026. Embora inelegível no momento por decisão do TSE, ele ainda exerce grande influência sobre a direita e o eleitorado conservador.