
A gigante chinesa BYD (Build Your Dreams) deu início oficialmente à produção de veículos elétricos no Brasil, marcando um novo capítulo na indústria automotiva nacional. A fábrica da empresa, localizada em Camaçari, na Bahia, começa suas operações com o objetivo de liderar a transição para uma mobilidade mais sustentável, acessível e tecnológica no país.
Com um investimento inicial de cerca de R$ 3 bilhões, a planta da BYD é considerada estratégica não só para o mercado brasileiro, mas para toda a América Latina. A instalação da montadora em solo nacional reforça o compromisso da marca com a descarbonização do transporte e desafia os modelos tradicionais, ao oferecer veículos 100% elétricos ou híbridos com preços cada vez mais competitivos.
Produção nacional com foco em carros elétricos e híbridos
A fábrica de Camaçari — que antes pertencia à Ford e foi desativada em 2021 — foi completamente modernizada para atender aos padrões globais da BYD. A unidade produzirá inicialmente três modelos: o SUV híbrido Song Plus DM-i, o sedã elétrico Seal e o hatch elétrico Dolphin, todos já comercializados no Brasil por meio de importação.
Agora, com a produção local, a expectativa é que os preços dos modelos sejam reduzidos gradativamente, tornando os carros eletrificados mais acessíveis à população brasileira. A empresa prevê a fabricação de até 150 mil unidades por ano em sua primeira fase de operação, podendo ampliar a capacidade à medida que a demanda cresça.
Além dos veículos de passeio, a BYD também pretende produzir ônibus elétricos e baterias no Brasil, o que pode impulsionar ainda mais a transição energética no setor de transportes públicos.
Geração de empregos e desenvolvimento regional
A chegada da BYD à Bahia tem gerado impactos positivos para a economia local. A montadora promete criar até 10 mil empregos diretos e indiretos nos próximos anos, contribuindo para a retomada industrial da região de Camaçari, que sofreu com o fechamento da planta da Ford.
Além disso, a empresa firmou parcerias com universidades e centros de pesquisa para a formação de mão de obra especializada, especialmente voltada à tecnologia de veículos elétricos e à engenharia automotiva.
Segundo Stella Li, vice-presidente global da BYD, “o Brasil é uma peça-chave na estratégia global da empresa, e a produção local vai acelerar a adoção de veículos elétricos no país, respeitando os princípios de inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico”.
Impacto ambiental e competitividade
A entrada da BYD no Brasil acontece em um momento estratégico, em que o país discute políticas de incentivo à mobilidade elétrica. O governo federal e os estados vêm estudando medidas como isenção de impostos, acesso facilitado a crédito e ampliação da infraestrutura de recarga para veículos elétricos.
Ao produzir localmente, a BYD se posiciona como uma das principais concorrentes das tradicionais montadoras nacionais e internacionais que ainda dependem fortemente de modelos a combustão. A empresa aposta no baixo custo de manutenção dos carros elétricos e no apelo ambiental para conquistar uma fatia crescente do mercado.
Além disso, a produção local reduz custos logísticos e torna a operação mais sustentável, ao diminuir a necessidade de importações e o impacto ambiental associado ao transporte de veículos do exterior.
Futuro promissor para a mobilidade elétrica no Brasil
Com o início da produção da BYD no Brasil, especialistas do setor automotivo preveem uma aceleração na popularização dos veículos elétricos e híbridos no país. A expectativa é que, com a maior oferta e preços mais acessíveis, o consumidor brasileiro passe a considerar mais seriamente a compra de um carro elétrico.
A empresa também investe na expansão de sua rede de concessionárias e pontos de recarga, além de fechar parcerias com grandes varejistas e redes de energia para ampliar o acesso à infraestrutura necessária para os veículos eletrificados.