
A campanha do Flamengo no Mundial de Clubes foi marcada por expectativas frustradas e por aprendizados valiosos. Apesar de chegar como um dos favoritos ao título, o time rubro-negro não conseguiu repetir o feito de 1981 e amargou mais uma decepção diante do cenário internacional. Para o ex-lateral e agora auxiliar técnico Filipe Luís, a experiência foi uma verdadeira escola — não só dentro de campo, mas também no aspecto tático, psicológico e estrutural.
A seguir, reunimos as cinco principais lições que o Flamengo e Filipe Luís podem tirar do Mundial, pensando em reconstruir o elenco, reavaliar estratégias e pavimentar o caminho para futuras conquistas.
1. Não se ganha só com talento individual
O Flamengo entrou no Mundial com um elenco repleto de nomes consagrados: Arrascaeta, Everton Ribeiro, Pedro, Gabigol e outros craques formavam a espinha dorsal da equipe. No entanto, ficou claro que apenas o talento individual não é suficiente para vencer adversários organizados e bem preparados, como o Al Hilal e o Real Madrid.
Filipe Luís, que fez parte do elenco e agora trabalha nos bastidores, ressaltou a importância do coletivo bem estruturado. “A gente percebe que, no cenário mundial, não existe mais espaço para desorganização. O nível tático é altíssimo”, afirmou o ex-lateral.
2. Preparação emocional é tão importante quanto a física
A pressão de disputar o Mundial e a expectativa de vencer criam um ambiente emocional intenso. O Flamengo sentiu isso, sobretudo na semifinal, quando perdeu a cabeça e foi dominado taticamente. Filipe Luís apontou a inteligência emocional como um dos pontos que o clube precisa trabalhar com mais profundidade.
Treinamentos psicológicos e rotinas que preparem os atletas para a alta exigência mental são fundamentais — e já fazem parte da metodologia dos clubes europeus, que dominam o torneio há anos.
3. Renovação do elenco é inevitável
O Mundial evidenciou que alguns nomes do atual elenco não rendem mais como antes. Jogadores que já foram decisivos em 2019 agora demonstram sinais de desgaste físico e queda técnica. Filipe Luís, que conviveu de perto com o grupo, acredita que é hora de fazer renovação gradual, sem perder a identidade do time.
A entrada de jovens promessas e a contratação de atletas com perfil físico mais intenso são prioridades. “O jogo mudou. Hoje, intensidade e velocidade são obrigatórias, não opcionais”, declarou Filipe em entrevista recente.
4. Técnico precisa ter estabilidade e respaldo
Ao longo dos últimos anos, o Flamengo sofreu com a constante troca de treinadores. No Mundial, a falta de continuidade no trabalho técnico foi sentida. A equipe oscilou durante os jogos, e a ausência de uma filosofia clara de jogo ficou evidente.
Filipe Luís defende que o clube mantenha projetos a médio e longo prazo, mesmo diante de pressões imediatas. “Os melhores clubes do mundo são os que resistem à tentação de trocar tudo após uma derrota”, pontuou.
5. A experiência internacional deve ser rotina, não exceção
A falta de jogos contra clubes de fora do continente também pesou. Enquanto times europeus enfrentam adversários de várias culturas e estilos toda semana, o Flamengo — como a maioria dos clubes sul-americanos — tem uma rotina limitada ao futebol local.
A diretoria já estuda amistosos internacionais, especialmente durante pré-temporadas, como forma de expor o elenco a novas realidades. Isso também ajuda a preparar o grupo psicologicamente para o que encontrarão em um próximo Mundial.