
A Nvidia voltou a ocupar o topo do ranking global como a empresa mais valiosa do mundo, ultrapassando gigantes como Apple e Microsoft. A valorização histórica da fabricante de chips gráficos está diretamente relacionada à explosão da demanda por tecnologias de inteligência artificial (IA), que se tornaram prioridade em diversos setores da economia global. Com um valor de mercado que superou os US$ 3,4 trilhões, a Nvidia marca um novo capítulo na corrida tecnológica do século XXI.
Como a Nvidia chegou ao topo do mundo
A Nvidia foi fundada em 1993, inicialmente focada no mercado de games com suas placas gráficas da linha GeForce. Contudo, nos últimos anos, a empresa se transformou em uma potência na área de inteligência artificial, graças ao uso de suas GPUs (unidades de processamento gráfico) em servidores que treinam grandes modelos de IA.
A ascensão da empresa acelerou especialmente em 2023 e 2024, impulsionada por parcerias com gigantes como OpenAI, Google, Amazon, Meta e Tesla, que usam os chips Nvidia para alimentar desde chatbots até carros autônomos. Em junho de 2025, as ações da empresa chegaram a subir mais de 250% em 12 meses, refletindo a confiança dos investidores no domínio da empresa sobre o setor mais promissor da atualidade.
Superando Apple e Microsoft
Historicamente, Apple e Microsoft alternaram a posição de empresa mais valiosa do mundo. Porém, enquanto essas empresas têm enfrentado desafios como desaceleração nas vendas de iPhones e aumento da concorrência em nuvem e produtividade, a Nvidia soube capitalizar uma tendência em alta: o desenvolvimento e treinamento de modelos de inteligência artificial generativa.
Além disso, a margem de lucro da Nvidia é consideravelmente superior à de suas rivais. No primeiro trimestre fiscal de 2025, a empresa registrou um aumento de 262% no lucro líquido em relação ao ano anterior, totalizando US$ 14 bilhões, com receita superior a US$ 26 bilhões, batendo recordes históricos.
O que impulsiona o domínio da Nvidia
- Demanda global por IA generativa: ferramentas como ChatGPT, Gemini e Copilot exigem GPUs potentes para treinar e operar os modelos, e a Nvidia domina esse fornecimento com sua linha H100 e a nova geração Blackwell.
- Monopólio tecnológico temporário: até o momento, nenhuma empresa rival conseguiu competir em escala com a eficiência dos chips da Nvidia no segmento de IA.
- Ecossistema de software proprietário: além do hardware, a Nvidia desenvolve plataformas como o CUDA e o software cuDNN, fundamentais para o desenvolvimento de IA, o que cria uma barreira de entrada para concorrentes.
Desafios no horizonte
Apesar do momento de euforia, especialistas alertam que a Nvidia enfrenta riscos. A pressão regulatória nos Estados Unidos e Europa pode aumentar, assim como a concorrência de empresas como AMD, Intel e até startups chinesas. Além disso, a dependência de Taiwan para a fabricação de chips — especialmente via TSMC — é vista como uma vulnerabilidade geopolítica importante.
Outro ponto de atenção é a concentração do faturamento em poucos clientes. As chamadas “hiperscalers” (como Google, Microsoft e Amazon) representam grande parte das vendas da Nvidia, o que pode tornar a empresa vulnerável a mudanças de estratégia desses parceiros.
O que o futuro reserva
Analistas de mercado acreditam que a Nvidia ainda tem espaço para crescer, especialmente com a expansão da IA em áreas como saúde, automação industrial, robótica e entretenimento. A empresa também investe pesado em computação quântica, realidade aumentada e soluções para data centers, o que pode diversificar suas fontes de receita.
A volta ao posto de empresa mais valiosa do planeta marca mais do que um recorde financeiro: simboliza uma mudança de era na tecnologia global, onde a inteligência artificial passa a ditar o ritmo da inovação — e a Nvidia, por ora, é quem segura o volante.