
O Mundial de Clubes da FIFA em 2025, realizado nos Estados Unidos, entrou para a história — mas não exatamente pelos motivos que os organizadores esperavam. Apesar da expectativa em torno do novo formato com 32 clubes e a promessa de um espetáculo global, a competição apresentou uma das piores médias de público da história recente, ficando atrás das últimas quinze edições da Copa do Mundo da FIFA.
Segundo dados divulgados por veículos como o UOL Esporte, a média de torcedores por partida ficou bem abaixo do esperado, levantando questionamentos sobre o engajamento do público norte-americano com o futebol de clubes fora do eixo local, além das estratégias de marketing da FIFA.
Público aquém do esperado mesmo em arenas modernas
Com estádios modernos e capacidade elevada — como o SoFi Stadium em Los Angeles e o MetLife Stadium em Nova Jersey — a expectativa era de arquibancadas cheias, especialmente por ser a primeira edição do novo Mundial com 32 clubes. No entanto, a realidade foi diferente.
Enquanto as últimas edições da Copa do Mundo (de seleções) tiveram médias acima de 40 mil espectadores por jogo, o Mundial de Clubes de 2025 fechou com números que, em alguns casos, não ultrapassaram a casa dos 25 mil torcedores por partida. Em jogos de menor apelo — como confrontos entre campeões de confederações menos tradicionais — o público ficou abaixo dos 10 mil presentes, mesmo com ingressos acessíveis.
Possíveis causas para o baixo comparecimento
Especialistas apontam uma série de fatores para explicar o fracasso de público:
- Desconhecimento do público local: Diferente do futebol americano, da NBA ou da MLB, o futebol de clubes internacionais ainda não tem grande penetração nos Estados Unidos. A maioria dos torcedores locais se conecta com suas equipes da MLS ou com seleções nacionais — especialmente nas Copas.
- Formato confuso e saturação de jogos: Com 32 equipes, o novo Mundial teve muitos jogos de pouca expressão nas primeiras fases. Isso pode ter gerado desinteresse, principalmente entre os espectadores casuais que preferem partidas decisivas e de alto nível técnico.
- Logística e distância entre as sedes: Como o país é extenso e o torneio foi dividido entre várias cidades, isso dificultou a mobilização de torcedores, principalmente para torcidas estrangeiras, que precisavam gastar muito com deslocamento, hospedagem e ingressos.
- Falta de tradição: Ao contrário da Copa do Mundo, que carrega um peso histórico e patriótico, o Mundial de Clubes ainda busca relevância e identidade, principalmente fora da América do Sul e da Europa.
Comparações com a Copa do Mundo
Para se ter uma ideia do contraste, a Copa do Mundo de 1994, também realizada nos Estados Unidos, detém até hoje o recorde de maior média de público da história: mais de 68 mil pessoas por partida. Mesmo eventos mais recentes, como a Copa de 2018 na Rússia e a de 2022 no Catar, mantiveram uma média acima dos 40 mil torcedores por jogo.
Ou seja, o Mundial de 2025, embora ambicioso em termos estruturais e comerciais, ainda não conseguiu cativar o mesmo nível de atenção global — principalmente em termos de presença nos estádios.
Reflexões para o futuro do torneio
O fracasso de público serve de alerta para a FIFA. Com edições futuras já programadas, inclusive com possibilidade de levar o torneio para outras regiões (como China, Arábia Saudita e até Brasil), será fundamental repensar estratégias para engajamento do público. Algumas alternativas em discussão são:
- Reduzir o número de participantes ou reformular o formato de grupos;
- Concentrar os jogos em menos cidades para facilitar a logística;
- Investir mais em campanhas de conscientização e marketing local;
- Ajustar o calendário para não competir com outros eventos esportivos relevantes no país-sede.