
Após semanas de tensão e violência no Oriente Médio, milhares de iranianos começaram a retornar para suas casas, marcando o início de um período de reconstrução e reflexão no Irã. O conflito com Israel, que se intensificou com ataques aéreos e trocas de mísseis, provocou destruição, mortes e desabastecimento em diversas regiões do país. Agora, à medida que o cessar-fogo ganha força, o sentimento predominante entre a população é o mesmo: “foi uma guerra desnecessária”.
🕊️ Fim dos combates e início do retorno
Com a trégua negociada por mediadores internacionais, as tropas foram recuadas e os bombardeios cessaram, especialmente nas regiões mais atingidas como Kermanshah, Isfahan e arredores de Teerã.
A Organização do Crescente Vermelho iraniano estima que mais de 120 mil pessoas haviam deixado suas casas durante os confrontos. Agora, a maior parte dessas famílias já começa a retornar, apesar da precariedade e insegurança.
“Ficamos escondidos no porão por dias. Só agora, com os bombardeios encerrados, podemos sair e ver o que sobrou”, contou Nima Rezai, residente de Isfahan.
🧱 Cidades em ruínas e economia em colapso
Além da tragédia humana, a guerra deixou danos estruturais severos. Infraestruturas como estradas, hospitais e redes de energia foram destruídas, gerando um desafio monumental para o governo iraniano.
- Estima-se que mais de 40 mil residências tenham sido danificadas ou completamente destruídas.
- O setor elétrico enfrenta apagões frequentes.
- Hospitais operam com geradores e suprimentos escassos.
A economia, já fragilizada por sanções internacionais, entra agora em um estado de emergência, com alta nos preços, desabastecimento de remédios e perda de empregos.
🗣️ Sentimento de frustração e críticas internas
Muitos civis entrevistados pela imprensa local e internacional expressaram indignação com os custos humanos do conflito, que consideram desnecessário e politicamente motivado.
“Não foi uma guerra do povo. Foi uma decisão de cima, e quem pagou fomos nós”, afirmou Sahar Moradi, professora em Teerã.
Pesquisas preliminares de opinião indicam que mais de 70% da população desaprova o envolvimento militar direto com Israel, apesar da retórica agressiva adotada por autoridades iranianas durante os confrontos.
🌐 Reações internacionais
Líderes globais, como António Guterres (ONU) e representantes da União Europeia, defenderam a permanência do cessar-fogo e pediram que ambos os lados iniciem negociações sérias para evitar novos episódios de escalada militar.
Israel, por sua vez, também recuou militarmente após declarar que atingiu seus objetivos de “neutralização de ameaças estratégicas”, mas alertou que continuará vigilante diante de novas provocações.
🛠️ Desafios da reconstrução
O governo iraniano prometeu investir recursos emergenciais na reconstrução das áreas afetadas, com prioridade para escolas, hospitais e infraestrutura elétrica. No entanto, analistas destacam que, sem apoio internacional e alívio de sanções, o país pode enfrentar anos de estagnação e crise humanitária.
Organizações como a Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras já estão no terreno auxiliando com kits de primeiros socorros, água potável e abrigos temporários.