
A Polícia Federal afirma que um assessor especial do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, recebeu pagamentos indevidos de uma empresa contratada pela agência, conforme sugerem documentos e depoimentos colhidos na investigação da chamada “Abin paralela”. Veja os detalhes a seguir:
📌 Revelações da PF sobre recebimento de propina
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Investigação em curso: No bojo da Operação Última Milha, que desvendou o uso ilegal do software de espionagem FirstMile pela Abin entre 2019 e 2021, surgiram indícios de que funcionários nomeados por Ramagem teriam vínculos estreitos com uma empresa prestadora de serviços à agência.
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Testemunho chave: Um agente afirmou à PF que foi obrigado a importar três relógios de luxo do Catar em nome de Ramagem, sugerindo uma operação de favorecimento e uso de recursos da Abin para atendimento de interesses pessoais.
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Conexão empresa‑assessor: Além dos objetos de luxo, há indícios de que o assessor recebeu pagamentos da empresa contratada, embora ainda se apure se houve propina direta ou triangulada via contratos .
🕵️♂️ Contexto: a “Abin paralela”
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Uso ilegal de espionagem: A PF identificou que a Abin foi usada para monitorar políticos, autoridades do Judiciário (ministros do STF), jornalistas e adversários políticos, sem autorização judicial, utilizando o FirstMile.
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Ligação com a cúpula: A investigação aponta que a alta direção da agência, incluindo Ramagem, tinha pleno conhecimento e incentivo de tais práticas, com uso de verbas sigilosas e atuação para interferir em investigações envolvendo.
🛡️ Resposta da defesa
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Ramagem nega irregularidades: O ex-diretor e hoje deputado federal afirma que os presentes foram entregues à Abin e catalogados oficialmente, e que todos os contratos e compras tiveram parecer jurídico da AGU, com controle.
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Afirmou ainda que não há provas de pagamentos ilegítimos a assessores e que acusações são parte de uma tentativa de ataque político.
⚖️ Avançam as apurações
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A PF segue investigando o uso de verbas sigilosas, a origem dos pagamentos, e se houve triangulação de recursos via empresa intermediária.
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Além das medidas cautelares e buscas, a investigação pode resultar em denúncias por corrupção, formação de organização criminosa e uso ilegal de inteligência estatal.
🧭 Em resumo
O caso revela um possível esquema de favorecimento e propina envolvendo um assessor do ex-chefe da Abin, com indícios de presentes caros importados do exterior e repasses financeiros de empresas contratadas. A PF trabalha para comprovar se houve conluio entre agentes públicos e privados visando interesses pessoais e políticos, enquanto a defesa nega irregularidades e sustenta que havia rigor legal e administrativo nas operações.