
O Brasil já contabiliza cinco focos confirmados de gripe aviária, distribuídos entre aves domésticas de subsistência e silvestres, enquanto oito casos suspeitos passam por investigação em diferentes regiões do país. A seguir, entenda o panorama, as áreas afetadas, as medidas adotadas e os impactos para a saúde animal e as exportações.
Panorama Atual da Gripe Aviária no Brasil
Até meados de junho de 2025, o Ministério da Agricultura identificou cinco focos ativos de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1). Destes, três envolvem aves domésticas utilizadas para subsistência — como galinhas em quintais familiares — e dois afetam aves silvestres, tanto em zoológicos quanto em áreas naturais.
Paralelamente, as autoridades sanitárias monitoram oito investigações de casos suspeitos em andamento, com coletas de amostras para confirmação laboratorial. Esses casos estão localizados em diversos estados, indicando a amplitude do monitoramento.
Localização dos Focos Confirmados
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Montenegro (RS) – Primeiro foco em granja comercial, com aves em período de vazio sanitário até 18 de junho.
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Sapucaia do Sul (RS) – Surto em aves silvestres de zoológico.
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Mateus Leme (MG) – Aves silvestres em sítio rural.
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Brasília (DF) – Aves silvestres em recinto de zoológico.
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Santo Antônio da Barra (GO) – Galinhas domésticas de subsistência, com cerca de 100 mortes registradas até o momento.
Esses focos mobilizaram ações de contenção, como o abate sanitário de aves, barreiras desinfetantes e restrições de trânsito animal nas regiões afetadas.
Casos Sob Investigação
Os oito casos suspeitos estão espalhados por municípios de cinco estados:
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Roraima (Alto Alegre)
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Pará (Parauapebas)
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Ceará (Cedro)
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Minas Gerais (Novo Cruzeiro, São Joaquim de Bicas e Sacramento)
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**Mato Grosso do Sul (Terenos)
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Rio Grande do Sul (São Valentim).
As investigações incluem amostras de aves de criação familiar, granjas comerciais e registros de aves silvestres encontradas mortas ou com sintomas compatíveis, como dificuldade respiratória e edema de face.
Medidas de Biossegurança e Vigilância
Para conter a disseminação da gripe aviária, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) intensificou:
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Barreiras sanitárias em estradas de acesso a áreas de surto.
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Monitoramento clínico e laboratorial de estabelecimentos avícolas.
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Notificação imediata de qualquer suspeita por produtores, veterinários e técnicos.
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Campanhas educativas para orientar pequenos criadores sobre sinais da doença e práticas de biossegurança.
Essas ações visam não apenas proteger o rebanho doméstico, mas também evitar a transmissão para aves migratórias e selvagens.
Impactos nas Exportações Avícolas
A confirmação de novos focos acende o alerta para possíveis restrições comerciais. Países importadores, como China e União Europeia, costumam suspender compras de frango e ovos até que se cumpram 28 dias sem novos registros de gripe aviária em granjas comerciais.
O governo federal negocia protocolos de monitoramento rápido e recuperação de status sanitário, mas o cenário exige cautela para garantir a manutenção dos principais mercados internacionais.
Próximos Passos e Recomendações
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Acompanhamento laboratorial rápido das amostras pendentes.
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Fortalecimento da fiscalização em pátios de desembarque de aves vivas.
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Apoio técnico e financeiro a pequenos criadores para implementação de biossegurança.
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Integração de dados entre ministérios da Agricultura e da Saúde para avaliar riscos de zoonose.
Tais medidas são essenciais para interromper cadeias de transmissão e assegurar a sanidade animal e a segurança alimentar.
Conclusão
Com cinco focos confirmados e oito casos suspeitos em investigação, o Brasil enfrenta um momento crítico no controle da gripe aviária. A rápida resposta do MAPA e a cooperação entre produtores, técnicos e órgãos de defesa agropecuária são fundamentais para controlar o surto, proteger o rebanho e preservar mercados externos. A vigilância contínua e práticas rigorosas de biossegurança continuarão a ser a melhor estratégia para mitigar riscos futuros.